Estudo bíblico teológico

Explicação e Significado de Salmos 102

O significado do Salmos 102 trata de uma situação de aflição, onde o aflito derrama suas queixas perante ao Senhor. Ele se sentiu oprimido devido à censura de um inimigo. Ele clamou por ajuda de Deus, pois ele sabia que Deus não o abandonaria. Este é outro salmo penitencial, bem como um lamento pessoal (cf. Salmos 6; Sl 32; Sl 38; Salmos 51; 103; 143). Portanto o escritor sentiu uma necessidade desesperada da intervenção imediata do Senhor em sua situação dolorosa. Suas palavras revelam a intensidade de sua dor.

Descrição da aflição – (Salmos 102:1-11)

Assim várias declarações ilustram como o salmista se sentiu. Ele havia perdido muitos dias bons para o sofrimento. Contudo sua tristeza fez seus ossos doerem; seu estado emocional estava afetando sua condição física. No entanto,  ele se sentiu murcho sob o calor de sua aflição. Ele estava tão preocupado que se esquecia de comer. Consequentemente, seu estômago estava roncando e ele estava perdendo peso. Mas ele evidentemente se sentia muito sozinho, como um pelicano solitário no deserto. Sentia-se isolado como uma coruja e não conseguia dormir.

Além disso, seus inimigos também o ridicularizaram continuamente, usando-o até mesmo como exemplo de alguém que Deus amaldiçoou. As cinzas que ele havia colocado na cabeça como sinal de luto evidentemente caíram sobre sua comida. Ele havia comido tantos que poderia dizer que os havia consumido como pão. Da mesma forma, suas muitas lágrimas caíram no copo do qual ele bebeu. Assim talvez essas sejam formas figurativas de descrever sua dor.

Mas ele sentiu que sua condição era o resultado da disciplina divina. Ele acreditava que sua vida estava terminando, pois as sombras que se alongavam sinalizavam o fim de um dia que se aproximava.

Confiança na restauração de Jeová – (Salmos 102:12-22)

Em contraste com sua breve vida, o salmista sofredor expressou sua crença de que Deus continuaria para sempre. O “tu” (“você”, NVI) é enfático no texto hebraico, enfatizando o contraste. Ele acreditava que Deus logo executaria a justiça para os Seus.

Portanto os piedosos em Israel amavam Sião e lamentavam sua condição de miséria. A descrição da cidade em Salmos 102:14 soa como se tivesse sofrido destruição. Além disso o escritor estava confiante de que Deus, restauraria a cidade como havia prometido. Assim esta garantia deu-lhe uma atitude mais positiva.

Confiante na eventual restauração, o salmista falou das gerações futuras, louvando a Deus por sua fidelidade. Ele imaginou Deus olhando atentamente do céu e observando seu povo escravizado. O escritor pode estar descrevendo as condições que existiam durante o exílio babilônico. O salmista esperava uma nova reunião em Sião. Isso ocorreu de forma limitada após o exílio, mas ocorrerá em escala mundial no Milênio.

Esperança na existência incessante de Deus – (Salmos 102:23-28)

Parecia que Deus estava matando o salmista prematuramente. Ele orou por uma continuação de sua vida. Esse pedido o levou a refletir mais sobre a duração da existência de Deus. Para retratar a continuidade incessante de Deus, ele se referiu à criação (Gênesis 1) e então a consumação dos atuais céus e terra (Apocalipse 21:1; cf. 2 Pedro 3:10). Seu ponto era que Deus sobreviverá à sua criação. Realmente Deus é eterno, não tendo começo nem fim (Salmos 102:27). Portanto, Ele preservará os filhos de seus servos que estavam em perigo de morrer ou já haviam morrido.

O escritor aos Hebreus aplicou Salmos 102:25-27 a Jesus Cristo (Hebreus 1:10-12Hebreus 13:8). Ele é a Pessoa da Trindade que criou e sustenta todas as coisas (Colossenses 1:16-17) . Esses versículos são algumas das revelações mais claras e majestosas da natureza eterna de Deus nas Escrituras. Essa revelação deu esperança ao salmista em sua angústia pessoal. Da mesma forma, o conhecimento do caráter imutável de Deus pode ser um grande conforto para todo o povo de Deus quando sofre. Ajuda a ver o sofrimento pessoal no contexto da eternidade.

Fonte da explicação de Salmos 102:

  1. Autoria: Constable, Thomas. DD. Commentary.